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Uma das coisas que aprendemos com estes tempos de pandemia é que a sobrevivência das organizações está associada à sua capacidade de se adaptar.
A adaptabilidade se tornou vital na criação das estratégias do futuro, ou ‘dos futuros’.
Afinal, as mudanças tendem de agora em diante serem cada vez mais constantes e rápidas.
E parte significativa dessas transformações é resultado da aceleração tecnológica.
Onde algumas funções e tarefas foram extintas, ou serão automatizadas, ao mesmo tempo em que novas demandas vão surgindo – e, com elas, a necessidade de capacitação dos profissionais.
Nesse cenário de tantas dúvidas, há pelo menos algumas certezas: uma delas é que o trabalho híbrido veio para ficar.
E nesse sentido, remodelar a cultura organizacional é o grande desafio dos gestores, que precisarão demonstrar flexibilidade e capacidade de diálogo.
O futuro do trabalho é remoto e adaptável
Em busca de sobrevivência, as empresas abraçaram e aceleraram as inovações, remodelaram suas atividades e adaptaram seus negócios.
Esse processo de transformação tecnológica sem precedentes antecipou – e, em alguns casos, naturalizou – o trabalho remoto em larga escala, modificou a natureza de algumas ocupações e criou demandas profissionais totalmente inéditas.
O impacto do trabalho remoto, implantado no cotidiano das empresas em 2020, ainda está sendo avaliado, mas diversos relatórios mostram que o saldo pode ser considerado positivo até agora.
Em 2021, a consultoria McKinsey publicou um relatório sobre o futuro do trabalho, com perspectivas para mais de 800 profissões.
O estudo afirma que pelo menos um quarto dos trabalhadores terão de mudar de ocupação rapidamente diante de transformações como o trabalho remoto, o e-commerce e a automação.
Os próximos anos serão marcados por uma reconfiguração gigantesca de ofertas e demandas no mundo profissional, com um novo desenho para diversas atividades.
Sabemos que assimilar tantas transformações tem sido desafiador, mas esse período de transição oferece aos líderes a grande oportunidade de construir uma nova cultura organizacional.
E para isso, muitas empresas já estão redesenhando o futuro do trabalho, atentas às tendências.
Adotar uma postura reativa diante das novas circunstâncias é correr o risco de acabar refém das transformações.
O que podemos esperar de mudança?
No futuro do trabalho, o compromisso com o propósito é fundamental para atrair e reter talentos, pois muitas pessoas passaram a buscar significado e realização em seus empregos, sem medo de pular da barca caso as expectativas não sejam atendidas.
Um relatório da consultoria Deloitte, apresentado em 2021, traz a ideia de que as transformações no mundo do trabalho passaram a ser contínuas.
Sendo assim, as organizações precisam instalar uma “mentalidade de prosperidade”, trabalhando com a certeza de que as coisas não vão mais parar de mudar.
Nesse sentido, os líderes devem criar as ferramentas necessárias para traçar o destino da empresa em um mundo onde a disrupção deixou de ser episódica para se tornar ininterrupta
Uma pesquisa sobre o tema avalia como os profissionais tendem a se comportar em relação a assuntos que permeiam o futuro do trabalho, e como os gestores podem tomar decisões mais estratégicas em meio às incertezas.
A pesquisa considerou a opinião de 508 executivos de todo o país avaliando 33 mudanças que vêm sendo apontadas como parâmetros do futuro do trabalho, agrupadas em quatro tópicos: natureza do trabalho, força do trabalho, execução do trabalho e educação do trabalho.
Desse conjunto de informações, vamos considerar 12 tópicos que podem ser úteis para as lideranças interessadas em se preparar para o futuro:
- A aposentadoria está mais distante e será menos comum entre os trabalhadores.
- As habilidades comportamentais serão indispensáveis para progredir na carreira e aumentar a remuneração.
- O trabalho será marcado pela cooperação direta entre humanos e máquinas.
- Os profissionais vão preferir trabalhar mais tempo remotamente a estar no escritório.
- O modelo de anywhere office (trabalhar de qualquer localidade) terá relevância no aceite de uma proposta de trabalho.
- O engajamento dos profissionais será o maior desafio das empresas.
- Os trabalhadores irão valorizar cada vez mais a saúde mental e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
- Os trabalhos e as tarefas rotineiras serão automatizados.
- Trabalhos humanos intensivos que exigem criatividade e inovação serão altamente valorizados e bem remunerados.
- Haverá grandes mudanças nas relações de trabalho contratuais com alto uso e valorização de acordos temporários e flexíveis.
- As inovações tecnológicas exigirão uma constante requalificação da força de trabalho.
- Os profissionais estarão constantemente aprendendo e desenvolvendo novas habilidades, em vez de se preocupar com novos diplomas.
E você, já percebeu algum sinal de mudança vindo por aí?
Conte-me como sua empresa vem se adaptando às novas tendências das relações de trabalho