A sua empresa valoriza o ser humano por trás do crachá?

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Lidar com o ser humano que está atrás do crachá continua sendo desafiador para empresas, líderes e colegas de trabalho.  

O velho conselho de deixar os problemas quando se entra na empresa só funciona na teoria, mas na prática somos feitos de histórias, pensamentos, sentimentos, emoções,  sonhos e necessidades.  

Então, o primeiro  passo é a transformação da cultura, de modo que o cuidado com as pessoas não seja apenas um discurso.

Outro passo importante é evidenciar que as pessoas precisam de um espaço onde possam ser reconhecidas, sentir que pertencem e que seu trabalho tem sentido, ouvir e serem ouvidas, serem vistas e aceitas na sua individualidade.  

Parece mágico quando abrimos espaços de diálogo genuíno nos quais é permitido falar de incômodos, de realizações, de sonhos, de medos.

Promover encontros nos quais cada um possa se olhar e olhar para o outro como ele é, além de desenvolver os líderes para promover esses diálogos através do cultivo de um campo de confiança mútua.

O X da questão é que quando falamos em saúde mental, automaticamente pensamos em doenças, em loucura.

E mesmo com tantas informações disponíveis e o crescente número de casos, ainda é um grande tabu falar de angústia, de dor, de medo, de melancolia, de euforia.  

Quando as pessoas são respeitadas e reconhecidas, passam a perceber que o trabalho que realizam vai muito além das tarefas que executam.

O termo saúde psico relacional remete ao campo psicológico e relacional do indivíduo. Muitas vezes, é preciso mudar a forma como nos relacionamos com nós mesmos, com os outros, com o contexto, com a vida.

O foco não deve ser o que está acontecendo fora de mim, mas internamente como EU me relaciono com o que está fora. 

Ninguém se sente envergonhado ou culpado ao falar que está com problemas no estômago, coração, pulmão.

Mas falar que está com problemas emocionais ainda se provoca um desconforto… E a pessoa vai ficando cada vez mais isolada e sozinha.

Muitas vezes, quando procura ajuda, a doença já está instalada e daí será um longo e árduo caminho de volta à saúde plena.  

Além de ajudar a construir a sociedade, as organizações são palcos de desenvolvimento onde o Ser Humano pode realizar seu propósito e atingir sua plena potência. Contudo, mesmo depois de tantas transformações na forma de gerir negócios, algumas empresas, na prática, ainda usam o velho modelo comando-controle.

Lidar com o ser humano que está atrás do crachá continua sendo desafiador para empresas, líderes e colegas de trabalho. 

O ser Humano é muito mais do que um cargo, do que performance e resultados

Somente uma liderança que valoriza as pessoas e que tem plena consciência de que “tem gente atrás do crachá”, é que consegue estabelecer uma cultura de respeito e valorização do ser humano nas organizações e, consequentemente, conquistar os melhores resultados por mais tempo.

Por isso, uma das premissas para tornar-se um bom líder é demonstrar interesse genuíno pelas pessoas: respeitar, valorizar e reconhecer aqueles que estão à sua volta.

As organizações estão repletas de gestores altamente capacitados, dotados de enorme competência técnica e gerencial.

Homens e mulheres preparados para um mercado cada vez mais globalizado, complexo e competitivo, mas tão profundamente dedicados aos negócios e seus resultados que terminam por negligenciar as pessoas, causando insegurança, angústia, frustração, falta de credibilidade e decepção em todos os níveis das organizações.

Por isso, mais do que gestores, as organizações precisam de líderes que valorizem as pessoas como seres humanos, e que as enxerguem e aceitem como são, tratando-as com respeito e dignidade, independentemente de raça, gênero, níveis hierárquicos ou sociais, e religião.

Líderes conscientes de que “tem gente atrás do crachá”!

Assim, perceber o ser humano que está atrás do crachá significa criar uma cultura para a saúde psicorelacional através de conversas autênticas e empáticas, com a intenção de acolher os diferentes e as diferenças.

Isto pode ser um pequeno grande passo rumo à criação de um campo para que a saúde possa ser cultivada e fortalecida nas organizações.

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