Desafios e oportunidades para a mulher no mercado de trabalho em 2022

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Já se passaram cerca de 111 anos desde que um incêndio em uma fábrica matou 146 pessoas em Nova York (EUA), a maioria mulheres, revelando que elas trabalhavam em piores condições que os homens. 

Desde então, as mulheres reivindicam condições igualitárias no mercado de trabalho. 

Ao conseguir uma oportunidade de trabalho, a mulher costuma ter a promessa de um ambiente igualitário, onde todos, independentemente do gênero, terão as mesmas oportunidades.

E essa impressão, muitas vezes equivocada, tende a ser ainda mais forte em mulheres que ocupam cargos de chefia. 

Um estudo inédito da Associação Americana de Psicologia mostrou que 45% das 1.500 maiores empresas dos Estados Unidos mantêm no máximo duas mulheres em cargos de alto escalão.

Ou seja, a existência de uma CEO (diretora executiva) não quer dizer que há necessariamente quebra de paradigma, pois seria mais uma estratégia para “cumprir cotas” do que para promover equidade.

Nessa luta histórica, os desafios pouco mudaram

Com o passar do tempo, a mão de obra feminina foi se intensificando, principalmente após a Primeira e a Segunda Guerra Mundial.

Com a conquista de direitos básicos, como fazer um curso superior no Brasil em 1879, e o voto no ano de 1932, as mulheres conseguiram acesso a mais oportunidades no mercado de trabalho.

No entanto, ainda existem várias consequências de todo esse passado excludente.

Uma pesquisa do Sebrae/MG mostra que 52% das mulheres empreendedoras admitem já ter sofrido algum tipo de preconceito ou discminação por causa do sexo, cenário que se repete no país.

Não é à toa que, mesmo atualmente, diversos desafios estão presentes na carreira feminina:

Dupla jornada

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que as mulheres investem cerca de 10 horas semanais a mais que os homens nos cuidados com a casa e com os filhos. 

Durante a pandemia, esse desafio se intensificou, de modo que cerca de 30% das profissionais consideraram deixar o emprego.

Maternidade e carreira

Diversos ambientes de trabalho não são bem receptivos ao retorno pós a licença-maternidade, de modo que o índice de demissões de mulheres aumenta aproximadamente 2 anos após o nascimento dos filhos.

Assédio

Você sabia que, em média, 33% das mulheres sofrem ou sofreram assédio no ambiente de trabalho?

Além de trazer desconforto, constrangimento e insegurança, esse tipo de comportamento provoca diversos problemas para a permanência das mulheres em seus cargos.

Remuneração desigual

A disparidade salarial é um dos maiores problemas do mercado de trabalho e da valorização profissional feminina. E essa desigualdade na remuneração nem sempre é baixa. Em cargos de liderança, por exemplo, os valores podem variar em até 34%.

Síndrome da impostora

Sabe aquele sentimento de não sentir que merece a posição que assume ou as oportunidades que teve? Ele tem nome e se chama “Síndrome do Impostora”.

Infelizmente, as mulheres passam frequentemente por isso na vida profissional, resultando em auto exigência, mais sobrecarga, enquanto a autoestima sofre fortes abalos.

Mas onde estão as oportunidades?

Mesmo que ainda haja uma série de desafios que precisam ser superados, é possível notar cada vez mais boas oportunidades de trabalho para mulheres.

Um dos motivos é a forte presença feminina nos cursos superiores, ultrapassando a quantidade de estudantes homens, principalmente nas graduações voltadas para as áreas da Educação e Saúde.

A mesma pesquisa do Sebrae/MG concluiu ainda que apenas 31% das mulheres donas de seus próprios negócios atuam nas áreas da engenharia, tecnologia e matemática, historicamente dominadas, em termos de quantidade de funcionários e chefes, por homens.

E isso pode ser uma oportunidade para quem deseja investir para se qualificar nessas áreas.

Ainda, ao investir em seu próprio desenvolvimento, as mulheres têm a oportunidade de ganhar mais confiança no mercado, aumentando a autoestima. Esse é um fator muito importante para reduzir alguns dos problemas enfrentados, como a ‘Síndrome da Impostora’.

Pois, a boa notícia é que nós estamos ganhando cada vez mais destaque no mercado justamente por conseguir imprimir características fortes e comuns às mulheres, tais como:

liderança genuína

resiliência

intuição aguçada

escuta mais ativa

criatividade

a capacidade de fazer mais com menos

multitasking

E olha que dado interessante, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o percentual de domicílios chefiados por mulheres no Brasil dobrou nos últimos 25 anos, saltando de 25% em 1995 para 50% em 2020. Resultado direto do acesso a espaços e oportunidades que antes não eram permitidos. 

Outra pesquisa que nos ajuda a entender o poder de ascensão das mulheres foi realizada pela McKinsey em 2018 e constatou que empresas que possuem mulheres na liderança lucram, em média, 21% a mais, e têm resultados operacionais 48% maiores em comparação com a média da indústria.

“Encare os obstáculos como uma oportunidade para começar algo novo”

Todos estes dados nos levam a pensar que o ano de 2022 será de grandes oportunidades, porém, desafiador em muitos aspectos, principalmente no âmbito socioeconômico, com um ano de eleição, inflação alta, alta de juros (Selic), moeda estrangeira supervalorizada, alto índice de desemprego, resquícios e incertezas sobre a pandemia, guerras…

Mas ainda assim, a ordem é não desanimar!

Pois, muitas vezes, é em meio aos problemas e “caos” que nascem as melhores ideias e iniciativas.

Ou seja, transforme as dificuldades em oportunidades reais!

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