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As evidências nos mostram que passamos do mundo VUCA para o BANI.
Então, vamos entender os pilares deste novo conceito e como isso vai impactar o mundo daqui pra frente.
O conceito de mundo VUCA voltou com força total após o início da pandemia, quando muitos gestores e empresários foram rápidos ao lembraram dessa denominação, que por muito tempo foi utilizada para orientar empresas a se desenvolverem e navegarem em um cenário de volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, conforme se refere o acrônimo em inglês.
Apesar do Mundo VUCA ter se tornado popular na área dos negócios recentemente, esse acrônimo foi criado nos anos 80 nas escolas militares, e a pandemia nos mostrou que a estratégia VUCA foi insuficiente perante as contingências que se apresentaram.
Uma vez que poucas empresas estavam verdadeiramente prontas para o que aconteceu ― mostrando que o VUCA já era uma ideia ultrapassada.
Assim surgiu uma nova denominação que fala do cenário atual, levando em conta as mudanças da pandemia e outras que poderão surgir: o Mundo BANI.
O termo BANI foi criado em 2018, e desenvolvido pelo antropólogo autor e futurista norte-americano Jamais Cascio, antes do COVID, mas a pandemia que acelerou a transformação digital, também fez com que esse novo acrônimo fizesse mais sentido.
BANI significa Brittle, Anxious, Nonlinear, and Incomprehensible ou Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível ou FANI em português.
Estudiosos afirmam que o acrônimo carrega a chave para que empresas possam prosperar e trazer disrupções sob a nova ótica que surgiu em 2020.
“Um paralelo intencional com VUCA, BANI é uma estrutura para articular as situações cada vez mais comuns nas quais a simples volatilidade ou complexidade são lentes insuficientes para entender o que está acontecendo”, diz o criador da terminologia em seu artigo oficial.
“Situações em que as condições não são simplesmente instáveis, são caóticas; nos quais os resultados não são simplesmente difíceis de prever, e sim completamente imprevisíveis. Ou, para usar a linguagem particular desses frameworks, situações em que o que acontece não é simplesmente ambíguo, é incompreensível.
Conheça o mundo BANI
Brittle ― Frágil
De acordo com Jamais, o mundo mostrou o óbvio a todos: estamos suscetíveis a catástrofes a qualquer momento, e todas as empresas estão construídas sobre uma base quebradiça, que pode desmoronar da noite para o dia. É preciso aprender a trabalhar sabendo que o perigo está à espreita.
Anxious ― Ansioso
Todo esse medo constante ocasionado pela fragilidade do mundo gera ansiedade, uma das doenças mais comuns das gerações atuais. O mundo está ansioso, e isso se reflete no mercado de trabalho. Estamos vivendo no limite, observando as doenças e a morte cada vez mais de perto, e isso ocasiona um senso de urgência, que pode acabar pautando muitas decisões.
Non linear ― Não linear
Segundo o antropólogo, estamos vivendo em um mundo cujos eventos parecem desconectados e desproporcionais, graças ao estranhamento e esgotamento ocasionados pelo isolamento social. Sem uma estrutura bem definida e padronizada, não é possível fazer organizações estruturadas. Logo, planejamentos detalhados e de longo prazo podem não fazer mais sentido em um mundo BANI.
Incomprehensible ― Incompreensível
Agora é a hora de esquecer a lógica, de acordo com Jamais. “Tentamos encontrar respostas, mas as respostas não fazem sentido. Mais dados ― até mesmo big data ― podem ser contraproducentes, sobrecarregando nossa capacidade de entender o mundo, tornando difícil distinguir ruído de sinal. A incompreensibilidade é o estado final da sobrecarga de informações”. Não existe mais certeza sobre nada, assim, o excesso de controle pode ser uma farsa.
Mas como devemos lidar e o que podemos aprender com tudo isso?
Ter a clareza de que o mundo VUCA passou para BANI já nos permite reagir de forma diferente ao que acontece.
À medida que as soft skills se tornam cada vez mais relevantes, e precisamos do apoio das próprias ferramentas tecnológicas para coletar e organizar dados para nos dar maior compreensão, as inovações tecnológicas requerem que usemos essas habilidades para lidar com a nova sociedade criada pelo avanço tecnológico.
- Para lidar com a fragilidade, precisamos de capacitação e resiliência.
- Para lidar com a ansiedade, precisamos de empatia e de cuidar da saúde mental
- Num mundo não linear, precisamos prestar atenção ao contexto e sermos adaptáveis
- Num mundo incompreensível, precisamos de transparência e intuição.
“Essas podem muito bem ser mais reações do que soluções, mas sugerem a possibilidade de que respostas possam ser encontradas”, comenta Jamais.