Felicidade no trabalho: um indicador de desempenho que sua empresa precisa considerar

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Promover a felicidade no trabalho pode ser um bom negócio para os ‘2 lados do balcão’: patrões e funcionários. Afinal, pessoas felizes produzem mais e melhor.

Você sabe dizer qual seria o IFT da sua empresa?

O Índice de felicidade no trabalho é um indicador que permite medir o grau de satisfação e bem-estar dos colaboradores com sua vida profissional.

Inspirado no conceito da Felicidade Interna Bruta (FIB), que surgiu para medir a felicidade da população de alguns países, e que acabou sendo apropriado para o meio corporativo.

Em um momento em que se discute os aspectos que envolvem o bem-estar no ambiente de trabalho, medir o grau de satisfação, bem-estar e realização dos funcionários pode ser uma excelente forma de nortear a gestão da empresa.

Pois, além das competências e habilidades, os índices de satisfação e bem-estar dos colaboradores tornaram-se um importante indicador de desempenho.

Afinal, quanto mais positiva for a experiência dos funcionários, mais engajamento ele terá com o seu trabalho, o que consequentemente faz elevar sua produtividade.

A importância da felicidade no trabalho

Sabemos que o conceito de felicidade é algo muito subjetivo, e varia conforme a experiência e as motivações de cada um.

Os estudos da Psicologia Positiva reforçam essa visão, ao concluir que 60% da sensação de felicidade depende de genética e de condições biológicas, os outros 40% de como agimos.

O precursor da psicologia positiva, Martin Seligman, considera que a felicidade é medida por 5 fatores:

  1. Emoção positiva
  2. Engajamento
  3. Sentido na vida
  4. Realização positiva
  5. Relacionamentos positivos

Nos ambientes de trabalho, o conceito da felicidade é mais amplo, já que está relacionado a um estado de realização e emoções positivas associadas à atividade profissional, ao senso de pertencimento à organização e à motivação para superar os desafios diários.

A felicidade no trabalho é um estado complexo de emoções positivas em relação à organização, que vem se tornando uma prioridade a ser discutida. 

Isso porque o IFT (índice de felicidade no trabalho) está diretamente relacionado à produtividade e desempenho dos colaboradores.

De acordo com o especialista em felicidade Nic Marks, a melhor definição para o IFT é  

“Uma abreviação de uma ótima experiência, que resume a qualidade das vivências no trabalho diário”.

Para o autor do livro The Happiness Manifesto’ (Amazon, 2011), a felicidade no ambiente de trabalho pode ser descrita em três sentimentos:

  • Entusiasmo: é um estado de energia elevada que incentiva as pessoas a criar e buscar a inovação, mobilizando esforços em equipe
  • Interesse: é o que define o foco no trabalho, ajudando a manter o comprometimento com as tarefas e a responsabilidade com os objetivos do negócio
  • Contentamento: é uma emoção subjetiva, que se traduz na satisfação em fazer um bom trabalho e orgulho da profissão como um todo. 

Resumidamente, é o conjunto de emoções, sentimentos e percepções que define se nos sentimos bem com o que fazemos todos os dias durante o expediente.

Em seu livro Felicidade Autêntica (Objetiva, 2002), ele apresenta um passo a passo para alcançar níveis sustentáveis de alegria, gratificação e significado autênticos na vida pessoal e profissional.

Para ele, a felicidade no trabalho só é possível com o reconhecimento pleno das emoções positivas, virtudes e forças pessoais. 

Mais do que alguns momentos de alegria, esse sentimento diz respeito a um estado abrangente e complexo, que não se altera com os obstáculos e frustrações do dia a dia.

Além disso, está diretamente ligado à auto realização e sensação de trabalhar com um propósito, aproveitando ao máximo o próprio potencial e enxergando o impacto positivo nos resultados da empresa. 

Como as empresas medem os índices de Felicidade no trabalho

A máxima “funcionário feliz é mais produtivo” é comprovada por várias iniciativas ao redor do mundo, e vem se tornando uma pauta prioritária no mundo dos negócios.

O ranking 100 Best Companies to Work For da Fortune, por exemplo, surgiu em 1998 para medir os níveis de felicidade dos colaboradores e selecionar as melhores empresas para se trabalhar no mundo. 

De acordo com uma pesquisa publicada na Forbes, as empresas que aparecem na lista disparam suas ações em 14% ao ano e contam com funcionários 20% mais produtivos.

Mas não é preciso ir muito longe para entender por que colaboradores satisfeitos são mais engajados e geram resultados superiores para as empresas.

Na era de valorização do capital humano, os talentos são o principal diferencial competitivo das empresas, e é preciso investir nesses ativos para obter o retorno esperado.

No caso, estamos falando de pessoas, que têm seus próprios sonhos, aspirações e necessidades, e precisam de um ambiente motivador para despertar seu potencial.

Logo, ao nutrir a felicidade no trabalho, as empresas ganham colaboradores dedicados que encaram os objetivos do negócio como se fossem seus próprios. 

Se os sentimentos e percepções dominantes forem positivos, há grandes chances de que esse bem-estar reflita diretamente no crescimento do negócio.

Por outro lado, se forem negativos, podem afetar drasticamente a produtividade e lucratividade da organização.

Não por acaso, o IFT é usado na pesquisa  para ‘As 150 Melhores Empresas para Trabalhar do Guia Você S/A’. 

Nos critérios utilizados pela Você S/A, os funcionários respondem sobre 12 aspectos da organização:

  1. Employer branding: diferenciais e promoção da marca empregadora
  2. Comunicação interna: qualidade e efetividade da comunicação direcionada aos colaboradores
  3. Participação e autonomia: condições para participar das decisões do negócio e autonomia para conduzir projetos e compartilhar ideias
  4. Sustentabilidade e diversidade: iniciativas sustentáveis e políticas de inclusão e diversidade nas equipes
  5. Relações interpessoais: nível de integração e confiança nas relações com líderes e colegas de trabalho
  6. Carreira: planos de carreira e oportunidades de desenvolvimento profissional 
  7. Processos e organização: eficiência dos processos, normas e métodos de trabalho 
  8. Saúde: condições de saúde integral dos colaboradores (física e mental)
  9. Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho (QVT): adequação às normas de segurança no trabalho e bem-estar dos colaboradores
  10. Gestão de Conhecimento e Educação Corporativa: qualidade dos treinamentos e acesso à informação
  11. Reconhecimento e recompensa: programas de incentivo e reconhecimento por desempenho
  12. Liderança: eficácia da liderança em relação às equipes. 

Então, agora que você sabe da importância do Índice de Felicidade no Trabalho, que tal pensar em ter na sua empresa um Chief Happiness Officer (CHO), ou Diretor de Felicidade, e começar a medir os resultados dessa mudança?

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